Através de cuidadosa pesquisa antropológica, assim como
rigorosa investigação arqueológica e paleontológica, ajudada por peritos
policiais, médicos legistas, historiadores, eruditos religiosos e biólogos
especialistas em DNA, todos examinando registros históricos e diversas ossadas
de homens da época de Jesus na região da palestina, chegaram a conclusão que
Jesus teria uma aparência semelhante a imagem da esquerda através de
reconstrução computadorizada. Mas, como quem conta um conto acrescenta um
ponto, nas publicações atuais, Jesus aparece como o da direita. Tirando as
paixões da fé um pouco de lado e analisando friamente através da razão a
situação, fica difícil aceitar que num local onde só havia negros de nariz
batata, queixo largo, olhos castanhos e curtos cabelos crespos, houvesse um
homem branco, de olhos azuis, de longos e ondulados cabelos loiros, rosto e nariz
fininhos. Não tinham inventado os aviões ainda. Assim como sua aparência foi se
deformando ao longo do tempo, sua boa nova (evangelho) também. Os palestinos
judeus eram oprimidos pelos invasores romanos que exigiam altos impostos para
“proteger” o povo. Os judeus não tinham como lutar com armas, era como se o exército
do Uruguai quisesse entrar em guerra com o dos Estados Unidos, ridículo. Jesus
elaborou uma estratégia de luta, a vitória viria não através do ódio e das
armas, mas sim através do amor, do pacifismo e da divisão dos bens e alimentos.
Assim, todo mundo teria vida e vida em abundância. Jesus inventou o comunismo. A
boa nova era essa: o amor venceria o ódio, a solidariedade venceria a
mesquinhez, a colaboração e a compreensão venceriam a competição e o conflito. A
justiça social seria mais importante que a liberdade individual. Que pena que
ao longo da história, em vez de vender tudo, dar aos pobres e seguí-lo,
orientação que Jesus deu a um jovem rico que pediu aconselhamento, a distorção
foi tamanha que se entendeu algo como: construam templos grandes, com sinos em
altas torres, cada um salve o seu e venha uma vez por semana, com suas melhores
roupas, dar uns pilas para quem estiver pregando e saia achando que fez bem.
Ser cristão, seguir o que Cristo falou é difícil e ele alertava, não exatamente
com essas palavras, em Mateus 10: eu não vim para trazer a paz, vim para trazer
a espada e quem fizer o que oriento vai arrumar encrenca até em casa e pouca
gente vai conseguir! Jesus era um revolucionário radicalmente não violento,
andava com os pobres, prostitutas e ladrões e os defendia, era contra o acúmulo
de riquezas e a pena de morte, mas, ponha dois mil anos entre uma coisa e outra
e negro vira branco e “amai o próximo como a ti mesmo” vira “bandido bom é
bandido morto”.
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