segunda-feira, 18 de abril de 2016

Se existisse, dels ia ficar confuso naquela votação patética de ontem: seu nome foi invocado tanto por aqueles que gritavam sim, quanto pelos que exigiam não. Fora que cada um chamava sua religião (povo assembeiano, família quadrangular, santo não sei quê, etc.) para justificar seu voto. Qual seria a certa, não é mesmo? É exatamente por isso, pela variedade de crenças tolas (exceto, claro, a própria), que o estado deve ser laico. A política deveria passar ao largo da religião, para não constranger os outros. Passei incríveis vergonhas alheias durante toda a sessão. Uma população ignorante e temerosa de um dels vingativo, como ficou claro no voto do presidente, "Deus tenha misericórdia dessa nação!", elege um parlamento ignorante e temeroso também, ficou óbvio. O parlamento é o reflexo da nação. Se o país aplaude palhaços, tem tiriricas. Se valoriza jogadores de futebol, tem danrleys. Se idolatra ex BBB's, tem jeans. Esse último surpreendeu positivamente desde o início do seu mandato, a exceção que justifica a regra. Mas claro, se o povo dá jeitinhos para corromper a seu favor alguma lei, tem cunhas. Um fantástico desfile de nomes estranhos (pauderney, baleia, cabuçu, juthay... veneziano era até dos legaizinhos) que te convidam a pensar também em pedir misericórdia de dels! Que tipo de pai põe um nome desses num recém nascido? Só um ignorante de outro país!!!! Só pode ser outro país as localidades citadas!!! Cada cidade mais esquisita que a outra, deve ser um grotão que... Ah, claro, agora me caiu a ficha: Em Cabrobó, pauderney deve ser tão comum quanto Tiago em Porto Alegre. O Brasil é tão grande e diverso que realmente parece improvável uma erudição e culturas comuns. Tem muita luta ainda pela frente, mas acredito que essa geração que entrou nas universidades graças ao estímulo dado por programas de inclusão (cotas, próuni, fies) dos últimos 10 anos, que se alimenta melhor (bolsa família, pnae), que tem saúde melhor (mais médicos), que tem acesso a moradia digna (minha casa minha vida), com luz elétrica (luz para todos), essa geração vai construir um país bem diferente e eleger um parlamento mais erudito e laico. Será realmente uma pena se esse impeachment passar. Ficou evidente nas falas os interesses pessoais nas decisões dos parlamentares: por minha mãe marinalva, por meu filho juptair, por minha amada cabrobó... Quem vota assim ignora para que serve a política pública, está lá só por dinheiro. Misericórdia!!