sábado, 27 de dezembro de 2014

No Globo Repórter uma frase incrível: "Em 2014 mais de 100 policiais foram mortos nas ruas protegidas pelo redendor." e então mostra a estátua do cristo olhando para baixo de braços abertos sobre a cidade. Claro, nem falaram das mortes matadas pelos policiais. Deve ser mais de mil. Que creça tola. Se deus existe porque ele não acaba com o mal? Se não acaba com o mal não é onipotente. Se não acaba com o mal tá cagando e andando para nós. Se não acaba com o mal talvez ele goste do mal!!! Curte ficar olhando chacinas, e estupros. Então deus não é bom!! Ah, é o diabo? então porque deus não acaba com o diabo?!!! Aff, pessoal, não me venham com livre arbítrio, as provas científicas mais recentes de escaneamento do cérebro em funcionamento mostram que o tal do livre arbítrio é tão fabuloso como o éter que segurava as estrelas no céu para não cairem até se descobrir a gravidade. A coisa é muuuuuito mais simples, povo: não existe deus nenhum, é uma tolice total, uma crença infantil. Papai do céu não está nos cuidando pelo simples fato que não existe. Papai do céu está no mesmo nível epistemológico do papai noel!!!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A nossa cultura é vassala da européia e americana desde sempre. Começando por nossa língua portuguesa!!! Papai Noel, outro exemplo flagrante, aquele gordo simpático e risonho, velho e barbudo de roupas vermelhas, começou de uma campanha publicitária da coca-cola em 1931. Incrível o poder da mídia!!! Você não achava que sempre houve papai noel? Os coitados sofrem no verãozão brasileiro com aquelas roupas próprias para regiões polares! Ridículo e estapafurdio!!! A data de 25 de dezembro não é de nascimento de jesus, mas sim da comemoração do solstício de inverno no hemisfério norte, os dias iam começar a aumentar e o pior do inverno já tinha passado. Uma festa pagã que a igreja católica espertamente se apropriou. Árvore de natal? Outro costume pagão muito anterior ao suposto nascimento de jesus, coisa de 5000 anos atrás. Era enfeitada com frutas para celebrar a fertilidade da natureza apesar do inverno. Aqui no Brasil a gente ainda passa pelo ridículo de usar uma conífera exótica (pinus eliotis) quando não finge uma nevezinha nas folhas!!! No ocultismo a árvore serve para invocar espíritos dos antepassados mortos. Guirlanda nas portas? Geralmente usada na cabeça de deuses de diversas culturas, se costumava colocar nas portas para espantar os maus espíritos e atraír a proteção do deus de preferência. Velas acesas? Se acreditava que os mortos foram para um lugar escuro e precisavam de luz, era uma ajudinha dos vivos para os velhinhos no além. As velas acesas também são comuns em todos os rituais satânicos, despachos de esquina, macumbas e etc. Troca de presentes também era parte das comemorações do solstício. Esperava-se o amanhecer e em adoração ao sol se presenteava quem estivesse ao lado para agradar o deus sol que foi generoso e voltou! Uma ceia farta, um verdadeiro banquete com comidas bem calóricas, na noite do solstício, a mais longa e fria do ano no hemisfério do qual somos servos, era para provar aos deuses que sim, somos gratos e mesmo diante do frio e escasso inverno ainda comemos em abundância!!! Obrigado, deuses!!! Ah, e era até importante o cara comer tanto que vomitasse, para demonstrar que até de gula podíamos sofrer no inverno. Os costumes cristãos do natal o que são então?!!! Um amontoado de crenças tolas, antigas, de diferentes culturas, ridículas e estapafúrdias... E tudo pagão. Mesmo os cristãos, tem a sede de sua religião em Roma (!!!) Porque em algum momento histórico, interessou estratégicamente unir todo o povo sob uma mesma crença e algum imperador romano determinou: não! nenhuma religião serve mais, agora só aquela lá da palestina que é minúscula e quase ninguém acredita!! Assim não dá tanta briga!!! Qual a diferença entre papai noel e papai do céu? Nenhuma. Tudo foi inventado em algum momento por algum espertalhão, mas nossa vassalagem cultural e de tal magnitude que cremos ser o normal e o que devemos fazer.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Quando criança nós tínhamos uns vizinhos alemães. Seu Ivo e Dona Zuleica. Eles tiveram a primeira filha e resolveram chamar a menina de Ivone. Logo, emendaram outra guria, Ivana. Mais um ano e saiu um guri. Como era o primeiro varão ficou Ivo Germano Júnior, porque seu Ivo era Germano também. Esse era meu melhor amigo, brigávamos muito e por tudo!!! Daí nasceu mais um filho, já eram quatro. Natural que se chamasse Ivan Guilherme. Passaram uns anos e nasceu o último e temporão guri. Para manter a coerência depois da Ivone, Ivana, Ivo Germano e Ivan Guilherme, decidiram por batizar o filhote de Ernesto José!!! Nomes compostos para os guris, oras! Lembrei dessa história agora, porque, de repente, estou tendo que dar nomes para uma tropa. Primeiro apareceu uma gatinha, com um olho de cada cor, foi fácil batizar. Escolhi o nome que meu Tio Luiz sempre chamava alguma desconhecida: Furungundina. Mas logo apareceram outros dois. Pensei em aplicar a sequência: Furungo, Furungundo e Furungundina. Mas pensei melhor, vai que depois aparecessem outros e eu tivesse que improvisar o Ernesto José? Me falaram que os gatos já tinham nomes porque eram da vizinha bonitona Lilian Hinchink. A gata de olhos bicolores era Caroláine, um dos gatos o Cadeira, porque tinha sido atropelado e andava todo torto, mal das cadeira, e o terceiro era o Alma Negra, com um olho vazado. Mas já era tarde, eu já tinha acostumado chamar a gata de Furungudina, o gato rengo de Pafúncio e o caolho de Ermengardo. o Ermengardo só vem comer às vezes, aquele malandro, é muito fiel a
casinha da Lilian. Já o Pafúncio e a Furungundina estão muito a vontade aqui em casa, me seguem pelo pátio e pedem carinho.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Medina
Jack London, aquele escritor americano, famoso por livros para adolescentes, como "o chamado da floresta" ou "caninos brancos". Com vinte anos já era rico e seus livros um sucesso de vendas. Morreu jovem e escreveu poucos livros de não ficção. Um deles é "A travessia do Snark", onde conta uma viagem que fez com um enorme veleiro que mandou construir. Garotão, isso, em San Diego naquela época, era como hoje dar rolé com camaro amarelo. Saiu da Califórnia e ficou uns dois anos vagando por ilhotas do Pacífico. Algumas ele foi o primeiro a chegar, e a contatar os nativos. Estamos falando do final do século XIX! Muitas passagens do livro são maravilhosas, o guri era hábil na narrativa. Mas a mais impressionante para mim foi quando ele visita uma das ilhas do Havai e, sentado na areia da praia contemplando o mar, percebe um super homem pairando em pé sobre as ondas. Não entende direito a mágica e fica maravilhado. espera uma tarde inteira até o magrão sair da água para descobrir o segredo, uma longa prancha de madeira. Era um nativo à praticar uma brincadeira típica dos locais. Veja que naquela época tomar banho de mar não era um costume. ficou tão impactado que decidiu aprender aquela arte. Saiu a perguntar e descobriu um alemão que fazia pranchas para fora. O alemão, como ele, tinha se maravilhado com a coisa e ficado por lá, estava há vinte anos na ilha. Jack estendeu sua passagem pela ilha por meses até dominar a técnica. As palavras "surf", "long board" entre várias outras foram difundidas no continente americano através desse livro. Talvez por isso, pelo impacto do livro na cultura americana e anglofônica, mais de cem anos depois, Medina seja o primeiro não anglofônico a ganhar um campeonato mundial de surf. Eu, ingenuamente, emprestei esse livro para alguém, junto com outro maravilhoso clássico do gênero, "navegando solitário ao redor do mundo" do Joshua Slocum.... Claro que nunca mais voltou e eu nem lembro para quem foi.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Coisa boa que é final de semana, não é? Agora, quando eu for aclamado grande ditador do mundo, vou decretar uns dois por semana, no mínimo! É uma maravilha: O sujeito pode se acordar sem despertador, a hora que for está bom. Eu mesmo, acordo tarde e sesteio! E me espreguiço todo, como um gato, antes de levantar. Nos findes se faz o que quiser, se quiser. Se conversa com os vizinhos e se cata frutinhas no quintal. Vejo como anda a "lavoura" de amendoin. Caminho pela propriedade e vejo como estão os palanques da cerca. Dá para ser diletante, ler um pouco, fuçar na internet um pouco, escreve-se uma besteirinha como essa, trabalho na casa um pouco, tiro fotos, vejo TV, sempre por prazer e não por obrigação. Tenho sempre umas três ou quatro obrinhas em andamento e só faço se me dá na telha. Livros também, uns dez pelo meio. Fazer cocô demora uma hora, leio toda superinteressante. Tomar um banho também um ritual, meto a cabeça molhada para fora da janela e fico olhando a paisagem. Depois, seco ao vento peladão pela casa. Ontem comecei uma obrinha na rua, uma valeta para a água da chuva. Estava chovendo forte, pensei comigo: porque não unir o útil ao agradável? Banho de chuva!!! Melhor momento para saber se a obra está sendo eficaz! Além disso, o trabalho braçal fica agradável, não é quente. A vizinha, Dona Armelinda, passa arrumadinha para missa e, debaixo de sua sombrinha, me adverte: -Isso não é bom. Pergunto: o que? -Ficar embaixo de chuva! Mas a senhora não fica embaixo do chuveiro às vezes?

sábado, 22 de novembro de 2014

Hoje fui num velório e enterro da mãe de uma aluna. A senhora foi atropelada, morte trágica e repentina de uma mulher jovem e querida na comunidade. Já acompanhei outros enterros aqui na Barra, mas esse me pareceu especial. O dia estava lindo, ensolarado, sem uma nuvem no céu, atmosfera limpa depois de alguns dias de chuva. A estrada cercada de flores da primavera, coloridas e cheirosas. As coxilhas de pastagem no alto da serra, acho que ali já é São Francisco de Paula, são um manacial de paz nessa temperatura agradável de novembro. Aqui e ali, umas vacas pastando tranquilas. Araucárias ornamentavam os cantos da cena. O cemitério no alto da colina de grama verdinha. Velhas cruzes de madeira lutam contra o tempo, esquecidas por familiares de outras gerações. O ritual de despedida católico é tão triste como em outras religiões, apesar de esses acreditarem que a morte é somente uma passagem para o paraiso, a pessoa foi para um lugar melhor e tudo está nos planos de deus. Que bom, tomara seja. Mas foi o enterro mais lindo que já vi, no dia mais bonito do ano, no lugar mais sereno do planeta. O coveiro cavou a terra e ali no chão, entre margaridas nativas, preparou a tumba. A família, chorando a matriarca, foi presenteada pela paisagem mais bela que alguém poderia imaginar para uma despedida. Lembrei do velório de minha mãe, claro. Foi o contrário, numa paisagem urbana, num edifício de túmulos, foi sepultada numa gaveta de concreto. A dor dessa cerimônia inevitável para budistas, hindus, judeus, critãos, ateus ou sei lá que outra orientação espiritual, seria melhor se sempre fosse como a de hoje. Mas nem todos tem a sorte de nascer num lugar tão maravilhoso como o pé da serra.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Todo mundo sabe que sou ateu, mas sou filho de teóloga que me explicou diversas histórias bíblicas. Numa passagem do evangelho de Mateus, Jesus chega caminhando numa aldeia, Cafarnaum, seguido de uma multidão. Um centurião romano, sabedor dos poderes daquele andarilho, pede para que Jesus cure seu criado. Prontamente, Jesus fala, com as palavras da época: Claro, cara! Tudo bem, vamos lá! Onde ele está? 
Jesus falava a linguagem do povão, ninguém achava arrogante, ele falava de um jeito que todo mundo entendesse. Mas falava em aramaico. Quem escreveu o que ele falou em aramaico já tentou formalizar um pouco. Daí traduziram para o etrusco, formalizaram mais ainda. Daí para o grego, daí para o latim, daí para o português castiço... Quem faz tradução sabe que é difíííícil traduzir, sempre se modifica um pouco o texto original. Até que a bíblia que se lê hoje em dia é uma escrita tão distante da linguagem normal que as pessoas imaginam que jesus e os caras da época eram algum professor de português: Vós sois, ide e anunciai, tomai e comei todos vós e etc e tal...
Bueno... voltando. O centurião, um chefe militar, treinado, fortão, em forma, bem alimentado, sarado, guiou Jesus, magrinho, seco que comia mal e caminhava o dia todo, para uma casinha e na porta falou: Olha, cara, a gente é veado, entende? A gente é casado, mora junto. Eu amo para caramba ele e o cara tá mals... Lá em Roma tudo bem, mas aqui na Palestina ninguém ajuda nós gays, essas coisas pegam mal por aqui. Eu não sou digno que tu, um hétero, que anda por aí com tua esposa bonitona, a Madalena, entre na minha casa! Vai sujar para o teu lado, cara. Mas se tu puder dá uma palavrinha ali pro meu nego, acho que ele se anima.
Jesus então responde: Não, nada a ver, cara, pode deixar comigo. O que interessa para mim é o amor, cara. Nem tô se o cara é veado ou leproso ou samaritano ou o que for!!! A gente tem que se amar!!! Eu tô cansado de dizer!!! Mas a rapaziada demora a entender...
Os evangélicos, entre eles a Marina Silva, até agora não entenderam...
Observação:
Sim, Jesus e Madalena eram casados, assim como todos os apóstolos, e perambulavam juntos e com os filhos, mas naquela epoca não se mencionava as mulheres nas histórias a não ser que tivessem um dote de terras. O que não acontecia MESMO era treze homens vagarem juntos sem mulheres!)

domingo, 31 de agosto de 2014

Que curioso!!! Como o mundo da voltas, não é?! O Grêmio foi fundado em 1903 só para sócios de origem alemã. Pessoas de outros países não eram aceitas. Assim, em 1909, amantes do futebol de Porto Alegre que não eram de descendência alemã, excluídos do Grêmio, fundaram o Internacional, que aceitava pessoas de qualquer país. Por isso o time se chama Internacional. A história do Grêmio é de racismo e segregação desde o início. Mas a do Inter também, porque aceitava essa situação e só viria a aceitar negros em 1927. Naquela época racismo nem era crime, os negros recém tinham deixado de ser coisas que se vendia e comprava (1888, lei Áurea). Mas muitas pessoas achavam um absurdo eles terem deixado de ser coisas. A dupla grenal não são os únicos times do Brasil a ter esse inicio vergonhoso. No Fluminense, os jogadores negros eram pintados de branco antes do jogo para seus torcedores não perceberem sua cor. A sociedade brasileira e mundial era toda conivente com a situação! A sociedade evoluiu, mas ainda existe racismo e exclusão no futebol. Atualmente algumas pessoas acham um absurdo casos de racismo, mas eles persistem. Hoje em dia temos outras crenças de segregação imperceptíveis. Por exemplo: não tem nenhum time no mundo que tenha jogadores cadeirantes. Já viste algum? Somente jogadores fisica e mentalmente perfeitos são aceitos. Há cem anos atrás, era tão absurdo um negro no time como hoje é um cadeirante. Trocentas justificativas biológicas eram oferecidas para quem argumentava sobre a participação de negros no time. Temos muito o que evoluir ainda. Acredito que futuramente ainda vamos chegar num ponto que ninguém saia perdendo de um jogo. Futebol e vários outros esportes, foram inventados num momento histórico que era importante haver perdedores e ganhadores. Atualmente já é politicamente incorreto se alguém sai perdendo em qualquer situação social, não é socialmente justo. É provável que num futuro nem tão distante tu vais contar para teus netos: antigamente a gente jogava e ganhava e ainda debochava dos perdedores!! E teus netos vão ficar de boca aberta!!! Eles vão falar: Mas, vô!!!! Como vocês não viam que isso é uma absurdo?!!!

terça-feira, 22 de julho de 2014

O gato
Nos últimos anos, Bebel se queixava: É tudo tão difícil! Cada vez que levantava, sofria com as dores nos joelhos. Dava uns passinhos e parava, me olhava nos olhos e exclamava de novo: Que esforço horrível! Para ir ao banheiro era uma tarefa demorada, ainda mais à noite, no escuro. Algumas vezes eu estava na sala, fuçando no computador e a ouvia levantar. Ia lá e oferecia ajuda, conversávamos sobre as dificuldades. Eu a abraçava e dizia que a amava. Ela ria e eu também. Morando sempre longe, primeiro em Florianópolis e agora em Maquiné, eu não podia estar muito perto, mas quando ia gostava de ajudar. Alzheimer tem umas infecções oportunistas, a mãe teve uma pneumonia. Estava tratando e já estava melhorzinha. Naquela madrugada eu não estava e Bebel foi ao banheiro sozinha. Caiu e pediu socorro para a cuidadora da noite. A moça veio e viu que era mais que um simples tombo. Bebel arfava. Chamou o Jacques e os dois decidiram chamar uma ambulância que veio bem rápido. No chão frio, Bebel esperou, mas percebeu que vivia seu derradeiro instante. Suas últimas palavras foram ditas para seu companheiro de cinquenta anos: Eu quero doar. Depois de uma vida de doação, aos filhos, ao esposo, aos pobres, numa Quarta-feira santa, Bebel viveu sua páscoa. Páscoa significa passagem. É a celebração mais importante da Igreja Cristã, da qual ela era fiel. A ambulância chegou, tentaram reanimá-la, judiaram dela com tubos, massagens e injeções, mas já era tarde. Foram embora. O último momento de Bebel foi também difícil, foi também de muito esforço. Desconsolado, Jacques avisa quem pode. Todos vêm rápido. O vigia da rua percebe que, além do movimento da ambulância na aurora do dia, alguém abandonou um pequeno gato algumas casas abaixo e arrancou o carro. O momento é muito triste, a família se reúne impactada. O gatinho começa a miar na rua. Alguém se lembra de procurar uma funerária. O gato mia mais forte e se ouve que pulou o portão e entrou na garagem lá de casa. Atarantadas, minhas irmãs fazem uma lista de pessoas a avisar. O gato, insistente, mia sem parar na soleira da porta da frente. O pai reza sentado ao lado do corpo da mãe que jaz na cama de hospital que ela dormia nos últimos meses. O gato, em desespero, grita na única porta que ouve movimento naquela triste manhã. Betânia, minha irmã do meio, resolve abrir para ver o que há. O gato silencia, entra correndo no hall, da voltas nas pessoas que estavam por ali, se roça no pai e sobe na cama. Para assombro de todos, o gato sobe no corpo da mãe, cheira um pouco, olha para os lados, mia baixinho, desce e sai de casa de novo. Por uns dias ficou por ali pela frente da casa, brincando, até que o vigia resolveu levar para uma filha. Eu, ao contrário de minha mãe, não sou cristão. Não acho que o gato tenha sido um anjo que veio levar sua alma para o céu. Nem sou espírita ou umbandista para acreditar que o espírito dela reencarnou no gato. Cada crença tem uma interpretação diferente do papel do gato. Eu acho que o gatinho estava sozinho, carente, com medo, abandonado. Procurou ajuda e ouviu movimento. Subiu na cama e na mãe porque era ali o foco da atenção de todos. Acho também que a mãe morreu, ela agora só está nos meus genes e memes, mas naquela hora devia estar exalando cheiros muito curiosos para o gato. Fiquem à vontade para interpretar da maneira que mais lhes agradarem, eu só contei a história. Mas que a história é boa, é!
Outra boa história:
Algumas coisas engraçadas acontecem num funeral. Uma senhora, que não me via havia uns vinte anos, me disse: Tu eras tão bonito... O que aconteceu?!!
Ela estava impactada como eu embagulhei tão dramaticamente nesse tempo.
Outra, que nunca eu havia visto, me perguntou: Tu és quem?
Eu respondi: Sou o Tiago, terceiro filho da Bebel.
Ela não entendeu: Bebel quem?
Eu esclareci: Bebel é a Ana Isabel.
Ela queria mais esclarecimentos: Que Ana Isabel?
Eu apontei para a mãe no caixão: Essa ali ó, que a gente está velando.
A Irmã dessa senhora, que é muito amiga da família, estava a seu lado e observava sorrindo aquele papo de louco, sem interferir. E a senhora queria saber mais: Mas quem é essa?
Eu: Bebel é amiga de infância da Verinha.
Ela olha para a irmã e retorna para mim: Então tu és quem?
A irmã sorrindo e eu: Sou o filho dela.

Ela chega, finalmente a uma conclusão de quem sou: Então tu és o Luiz?!

sábado, 12 de julho de 2014

Liguei a TV e estava dando uma reportagem que me interessou. Luciano Huck e Ronaldo Fofômeno no meio da floresta amazônica com alguns índios. Um cara da FUNAI falou mal de alguns missionários evangélicos que tentam "evangelizar" aquela tribo isolada. Ele falou que os evangélicos trazem doenças e a morte aos índios! ADOREI isso. Normal, história antiga!!! Religião, historicamente, só traz o mal. As maiores guerras sempre são para provar que meu deus é melhor que o teu. O Luciano falou: "lá na civilização normal"... Se referindo a nossa civilização branca, invasora e assassina. Já me aborreci. Mas me tapei de ódio mesmo quando o fofômeno teve a brilhante ideia de apresentar uma bola de futebol para os índios. Mas que débil mental, levando outro vírus da nossa cultura para a deles!!! Os arrogantes da "civilização normal" sempre tentando "ensinar" os índios. Então, vocês imaginem a minha alegria, o meu prazer inenarrável, quase tive um orgasmo, quando os índios acharam um bom uso para a bola: colocaram num montinho e todos, ao mesmo tempo, flecharam a bola!!! Muito gozo, júbilo e regozijo, a civilização anormal ainda vai salvar a humanidade da sua própria soberba!!!

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Neymar sai da copa
Curioso. Esporte é saúde, mas tem médico e ambulância no lugar e as pessoas saem de maca gritando de dor. Esporte é lealdade, mas tem quatro juízes em campo e ainda assim sai violência. Esporte ensina a seguir regras, mas mesmo sendo filmados as pessoas tentam burlá-la. Esporte ensina a trabalhar em conjunto, mas só se for para destruir o trabalho alheio. Esporte é camaradagem, mas as torcidas tem que ser separadas com grades e a saída é por portões diferentes e com polícia montada em cavalos para impedir que se vejam. Esporte é inclusão, mas os campeonatos começam com 32 e TEM que excluir todos menos um antes do fim. Esporte é inclusão mas 22 jogam e milhões só assistem via satélite e, claro, se tu fores uma elite privilegiada, podes comprar um ingresso e ter direito a ser excluído in loco! Esporte afasta das drogas, mas todos os praticantes consomem drogas para não ter dor!! Como dizia uma música dos Replicantes, banda de punk rock da minha adolescência: "Eles querem me fazer acreditar!" Para mim, o rei está nu. Esse debate é antigo na Educação Física acadêmica, mas todos os argumentos a favor do esporte não me convencem. Um outro mundo é possível. Os esportes foram inventados num momento histórico que já passou, com uma função social que já é politicamente incorreta. Só o que o mantém na mídia são os interesses econômicos... inclusive da própria mídia.