domingo, 20 de novembro de 2016

Nós, professores, temos a obrigação de esclarecer os alunos a respeito de sua cultura, de sua história, o porquê das coisas, dos mitos e manifestações folclóricas. Numa escola pública o fazemos de forma laica, sempre a luz da ciência e não de alguma religião ou crendice popular. Agora, no final do ano, somos massacrados pela mídia a lembrar de uma história muito conhecida:
Ele nasceu no dia 25 de dezembro de uma virgem chamada Maria. Seu nascimento foi acompanhado por uma estrela muito brilhante no leste. Naquele dia recebeu a visita de três reis que vieram adorá-lo. Aos doze anos de idade já era um prodígio ensinando as escrituras. Aos trinta foi batizado e começou seu ministério. Tinha doze discípulos que viajavam com ele e realizava milagres como curar doentes e andar sobre as águas. Era conhecido por muitos nomes, tais como: O salvador da humanidade, a verdade e a vida, luz do mundo, cordeiro de deus, o bom pastor, alfa e ômega, além de vários outros. Foi traído, crucificado, morto e sepultado, mas ressuscitou depois de três dias.
Estou falando, claro, da história de Hórus, o deus sol egípcio de 3000 A.C. Mas, essa mesma história foi contada com diferentes personagens em diferentes localidades do hemisfério norte. Deus Attis, da Grécia, 1200 A.C., tem a mesmíssima trajetória: nasceu dia 25 de dezembro, de uma virgem, estrela do oriente, reis, milagres, traído, morto na cruz, ressurreição no terceiro dia... Krishna, deus na Índia, 900 A.C.; Mithra, da Pérsia, 1200 A.C.; Odin, da Escandinávia; Thamus da Síria; o fenício deus Baal; Indra, do Tibet; Jesus, da Palestina e muitos outros messias da antiguidade repetem essa história. Sendo ocidental, você certamente está familiarizado com ela, pois o Império Romano a tornou onipresente por decreto, literalmente.
Então você se pergunta, porque todos tem a mesma história? Simples, porque é uma história astronômica/astrológica, sobre a trajetória do sol no céu. Era contada de pai para filho para se prever quando as coisas iriam acontecer. No hemisfério norte, o sol vai descendo no horizonte depois do solstício de verão, cada dia se pondo num lugar diferente, cada vez mais ao sul, apontando para constelações diferentes ao longo do ano, até apontar para o Cruzeiro do Sul no dia 22 de dezembro. Os dias são cada vez menores, mais frios e escuros, impossibilitando plantações, até o solstício de inverno, dia 22 de dezembro, quando aparentemente o sol para de descer, morre na cruz, por três dias e recomeça a subir, ressuscita, no dia 25. Havia uma grande festa nessa data, o pior do inverno já havia passado e agora o sol caminhava para o norte de novo, os dias aumentavam de tamanho, ficavam mais claros e quentes possibilitando a vida. Assim como Hórus e todos os outros messias astronômicos, Jesus é o sol. A cruz, é o Cruzeiro do Sul, constelação que o sol aponta ao se pôr no solstício de inverno. A cruz do zodíaco lembra tudo, mostra os solstícios e equinócios, divide o ano em quatro, quatro estações, e aponta para doze constelações diferentes ao pôr do sol, doze meses, doze discípulos. A estrela do oriente é Sírius, a estrela mais brilhante do céu no hemisfério norte, que se alinha com as três estrelas conhecidas aqui no Brasil como as Três Marias e lá conhecidas como os Três Reis, no dia 25 de dezembro. Os três reis seguem a estrela do oriente no dia que nasce a esperança, a luz do mundo. Mas, só se comemora a ressurreição do sol, o salvador da humanidade, aquele que perdoa todos os pecados e permite a vida, na pascoa. Assim como o natal tem toda uma simbologia astronômica/astrológica, a pascoa simboliza o recomeço, o tempo da colheita, o renascimento da vida e acontece no equinócio de primavera do hemisfério norte, quando finalmente vai se começar a usufruir a bondade do sol. A coroa de espinhos são raios de sol. E, podem ficar tranquilos, o sol vai voltar, flutuando nas nuvens, todos os dias!!
A Bíblia é cheia de referências astronômicas/astrológicas, porque astronomia e astrologia não tinham diferença nenhuma na época e era a forma de se prever o futuro num tempo de iletrados, histórias contadas verbalmente. Quando a Bíblia fala do “fim dos tempos” ou “Era”, se refere ao fim de uma era da precessão dos equinócios, movimento natural do eixo de rotação da terra. A cada 2150 anos em média, a posição do sol no céu vai ter como fundo outra constelação, formando assim as chamadas eras astrológicas. Ao fim da Era da constelação de touro (de 4300 A.C. a 2150 A.C.), Moisés se irrita com os caras adorando um bezerro de ouro, porque agora já era a Era da constelação de áries (2150 A.C. a 0). Jesus simboliza a Era da constelação de peixes (0 a 2150 D.C.), por isso seu símbolo é um peixe e ele multiplicava peixes e buscava seus discípulos entre os pescadores. A partir do ano de 2150, entraremos na era de aquário, sempre simbolizada por um homem derramando um jarro d’água. Em Lucas 22:10, o próprio personagem sol, Jesus, orienta que sigam o homem com o cântaro de água na mão e entre na sua casa, a casa da era de aquário.  
Assim que, caros colegas professores, não podemos perder de vista que a bíblia inteira é uma coleção de histórias plagiadas de outras mais antigas e não muito mais que uma alegoria para ensinar eventos astronômicos e astrológicos. Cada um tem sua crença, ou não, mas a escola tem um compromisso com o conhecimento científico e é ele que deve pautar o que vamos falar nas comemorações de final de ano. Claro, isso se a escola sem partido não vingar e voltarmos a constituição de 1824 que instituía a religião católica como a oficial do Brasil e proibia todas as outras.

2 comentários:

  1. Meu sol....eu não sabia nada disso.
    Tô chocada em Cristo, ops, em sol.
    Adoro conhecimentos.
    Obrigada por essa aula.

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