segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Textículo de 2010:
Quando adolescente eu gostava dos Beatles, acho que influenciado pelo tio Luiz. Ele descrevia com muita eloqüência como, na adolescência dele, as músicas dos Beatles, com aquele ritmo empolgante e alegre, com letras debochadas e pornográficas para época, tinham sido importantes para ele subverter a ordem de sua vida e da sua época. Toda uma geração vislumbrou o sonho se tornando realidade, um mundo bonito com aquelas letras de paz e amor, foi um transe coletivo. A Mafalda, aquele personagem do argentino Quino, também gostava muito dos Beatles. Tem uma tira que ela se pergunta porque eles não eram eleitos logo chefes gerais da ONU. Eu, na época que li a Mafalda, ri da tira, mas sem entender direito a sutileza do Quino. Amanhã tem “show de calouros” na creche em que trabalho, fiquei de cantar três músicas do Elvis: It’s now or never, Love me tender e Tutti Frutti. Estou ensaiando sozinho agora à noite em casa. Fiquei ouvindo o disquinho do Elvis no computer, uma coletânea das melhores músicas dele, enquanto jogava um frecell para decorar as letras. Fiquei surpreso como eu gostei. Agora senti uma melancolia enorme de não ter ouvido mais o Elvis na vida e pensei, como a Mafalda: Como? Como? Porque meu deus? Porque não elegeram o Elvis como chefe das nações unidas quando ele ainda era vivo?

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